Cantos do Cerrado: a música que voa por aqui

Instituto Cerrado Central: Cultura, Educação e Comunidade!

Cantos do Cerrado: a música que voa por aqui

Você já parou para ouvir o Cerrado?

Nas manhãs quentes, nas tardes calmas e até nas noites silenciosas, o Cerrado canta. E não é exagero dizer que ele tem seus próprios compositores: os pássaros. Com seus cantos, ritmos e hábitos únicos, essas aves fazem parte da paisagem sonora da nossa região — e da cultura que se constrói a partir dela.

Conheça agora cinco dessas espécies que dão voz ao Cerrado e fazem da natureza uma verdadeira orquestra viva:

🧱 João-de-barro (Furnarius rufus)

Pequeno, construtor e cheio de ritmo. O joão-de-barro é famoso por erguer seu ninho de barro com extrema dedicação — uma verdadeira “casinha” com cômodos.

Seu canto é rápido e repetido, e costuma ser ouvido com mais força no início da manhã e no fim da tarde.

Curiosidade: além de cantar em dueto com sua companheira, ele constrói ninhos com divisórias internas — como se fossem salas separadas.


☀️ Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)

Chamativo, matinal e impossível de ignorar. Seu nome já diz tudo: “bem-te-vi” é exatamente o som que esse passarinho repete com entusiasmo, especialmente nas primeiras horas do dia.

Seu canto alto e alegre marca presença em áreas urbanas e rurais.

Curiosidade: mesmo nas cidades, o bem-te-vi segue vocalizando com a mesma força — ele se adaptou ao barulho humano, sem perder seu canto característico.


🪶 Aracuã (Ortalis canicollis)

Grave, selvagem e cheio de força. O aracuã tem um canto tão poderoso que, em algumas regiões do interior, já foi usado como aviso sonoro — como se fosse uma sirene natural.

Seu som é inconfundível: prolongado, rouco, vibrante — como um tambor ancestral ecoando entre as árvores.

Curiosidade: seu nome vem do próprio som que emite: “ara-kuããããããããã…”, e seu canto costuma ser mais audível ao amanhecer e entardecer.


🌙 Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

Atenta, silenciosa e cheia de mistério. A coruja-buraqueira é diferente da maioria das corujas: ela é diurna e vive em buracos no chão, muitas vezes escavados por tatus ou por ela mesma.

Seu canto é discreto, curto, semelhante a um assobio seco ou a um pequeno latido abafado.

Curiosidade: ela pode emitir sons de alerta diferentes quando se sente ameaçada — como um chiado curto — e costuma ficar em pé na entrada da toca, observando tudo ao redor.


🎶 Sabiá-do-campo (Mimus saturninus)

Livre, cantador e cheio de melodia. O sabiá-do-campo tem um canto limpo e variado, que parece contar uma história ou repetir trechos de outras canções.

Costuma vocalizar ao amanhecer, com notas doces e harmônicas, e é um dos sons mais fáceis de reconhecer no Cerrado.

Curiosidade: diferente de outras espécies de sabiá, ele passa mais tempo no chão do que nas árvores. Seu canto também serve para demarcar território e atrair parceiras.

A trilha sonora da nossa identidade

Essas aves não são apenas parte do ambiente — são parte da cultura. Inspiram músicos, embalam memórias e ensinam, com sua presença, que a natureza também tem linguagem.

Ao aprender a escutá-las, também aprendemos a cuidar melhor do que nos cerca.

🌿 O Cerrado canta. Que a gente nunca pare de ouvir.

Sobre nós

Promovemos a integração comunitária através de exposições, festivais culturais, educação ambiental e programas colaborativos, fortalecendo identidades locais e construindo um futuro sustentável e inclusivo.

plugins premium WordPress